quinta-feira, 24 de julho de 2014

LUCIA NOBRE

Escritora/poeta, milita na literatura erótica do novo milênio. Participa ativamente dos movimentos de poesia. Autora de Folhetos Eróticos – poemas; Floresta dos Leões – textos e poemas; O Bom Trepador, com desenhos do Apicius - poemas; Papai Noel Erótico - série de poemas em cartões. Faz perfomances nos espaços culturais da cidade e é intitulada de Libertina Libertária, Beat Pós-Moderna e Bukowiski de Saias

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

AFORISMOS


Não penso
sonho
Não choro
lamento
Não calo
canto
Não brinco
brindo
Não dispo-me
revisto-me
Não brigo
luto
Não minto
seduzo
Não fujo
voo
Não amo
apaixono-me
Não traio
revido
Não escrevo
poemo
Não creio
reflito

PAPAI NOEL É POETA PORNÔ














7º Cartão da série Papai Noel Erótico 2012

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O MENINO, A MÃE E A ÁGUIA

O loiro menino que gerei,
o homem culto, brilhante
na sua gentil postura reservada,
louco por cinema com o outro
menino-pai-bem-amado,
foi agraciado com a
Medalha Casa Rui Barbosa,
e, depois de muitos champanhes,
acepipes delicados
entre os ilustres convivas da festa,
eu e A Águia de Haia
nos demos os braços,
portando no peito eterizada
a Medalha dourada.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O BELO DA TARDE

O moço chegou início da tarde,
deitou na minha cama,
partiu com o sol
e deixou-me
cheia de ciúmes da lua.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

MAMÃE NOEL NO PODER



6º Cartão da série Papai Noel Erótico 2011

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

PARA NÃO ME DIZERES ADEUS

deixa que eu te diga
no meu momento ideal
para a partida,
Se nosso romance medrou
sob telas de cinema,
serei tua Greta Garbor
saindo na hora
exata da cena,
- é preciso
abandonar a mesa
quando o melhor
ainda não foi retirado -
canta Aznavour querido,
Deixa, então,
que esta tua poeta
imite seu poema na vida,
- e eu, louca de medo,
fujo da mesa
antes do banquete acabar -
deixa que eu te diga...

(Eduardo Moniz Vianna, em 27/10/2011-
"Ai, agora me deu uma dor no coração, My Fair Lady,
não vamos fazer este poema valer não! Apesar de ser,
como sempre, excelente. Beijossssssssssssssssssssss ")

terça-feira, 4 de outubro de 2011

ENTRE

O destino e o acaso,
a escolha
O olhar e o beijo,
o poema
A noite e a manhã,
as revelações
Uma mensagem e outra,
alumbramentos
A chegada e a partida,
vida.

domingo, 2 de outubro de 2011

Balanço de Aniversário

Pari filhos,
plantei árvores,
escrevi livros.

Filhos, já não sou fértil,
árvores, já não tenho terra,
livros, farei muitos mais ainda,
fecundados por verdes poemas.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Nossa História

Quando ele nasceu, ela estava acampando em Trancoso
e aprendia a dançar lambada com os nativos de Caraívas.
Quando ele tinha cinco anos, ela estava mergulhando
numa das ilhas de Abrolhos e via, emocionada, o sol se pondo
e a lua surgindo, magicamente, no mesmo momento.
Quando ele tinha quinze anos, ela estava varando noites,
ajudando a cuidar dos índios carentes
da tribo Yanomami, na Missão de Maturacá.
Quando ele tinha vinte anos, ela estava distribuindo
seus poemas pelos bistrôs de Paris.
Hoje ele, renascido, chama-se Amor, faz tres anos
e ela vive, a seu lado, a grande aventura de sua vida.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

O GOZO DE VIVER

A Dani pelo seu aniversário

Não me falem do passado,
isso é coisa pra velho!
Não me falem do futuro,
isso é coisa pra jovem!
Falem-me do agora,
do instante entre o que foi
e o vir-a-ser,
Aquele átimo do orgasmo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O VISITANTE DA NOITE

a meu muso Eduardo Moniz Vianna

O visitante trouxe
O perfume das flores
Negras de sua barba
A maciez das pétalas
De suas mãos
A rosa púrpura
De seu ciúme
A rigidez da haste
Das folhas de seu desejo
Deixou-me úmida
Da seiva de seus beijos
E perdeu-se
Na noite dos jardins

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O PUNCTUM DA FOTO

a Roland Barthes e Fernanda Sauer

O fotógrafo
retrata top model doirada
de lindos seios siliconizados
e efebos quadris
na pérgula do Copacabana Palace
Enquanto com a clara câmera
do desejo
focalizo a bundinha
que dança
se empina
contrai-se
se expõe
do fotógrafo
na busca do ângulo perfeito
que sem saber
já me ofereceu

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

POEMA

a Duda e Isadora
Os quatro olhinhos
batem asas de graúna,
sedutores.
Ele diz - mãe -
em cascatas de mel,
- me ouve
Ela conta histórias,
juvenil
O poema nasce da dor
do corte da simbiose
com a mãe
com o cosmo
com deus
com o amor .
Vida
perdição
divino
flor
vinho ,
F l a s h!
Ela responde
- fala , filho.

LINGERIE


- Animale?
Estou sentindo,
agressiva...
- Não, errou!
- Deixe-me sentir mais,
ousada...
Francesinha?
- Errou!
- Deixe-me tentar outra vez,
O tato é meu sentido
mais apurado,
sofisticada...
Victoria's Secret ?
- Nããão!
- A última tentativa, deixe,
enlouquecedora...
Por Eros, só pode ser, então,
Fruit de la Passion!

(Eduardo Moniz Vianna comentou :"lindinha. Lindo poema mas a poeta é ainda mais")

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A Mulher do Papai Noel

Chegou madrugada
Serpenteou pela chaminé
Repousou sacola Louis Vuitton
Despiu sobretudo versace
Macacão Dolce & Gabbana
Tapa-sexo Victoria ´s Secret
Estourou um Veuve Clicquot
Visitou minha alcova
O quarto da empregada
A suíte do boy inglês
E sem dispensar sequer
A clausura do hóspede
Eclesiástico
Partiu deixando
O selo de seus lábios de mel
Num cartão com a mensagem
Valeu galera!
Mamãe Noel

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

FAZ-DE-CONTA

Quem quer casar
com a Dona Poetinha
que tem sonhos na cabeça
e poemas na caixinha?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ESGRIMA


Não é o champanhe
que me embriaga
e me faz te por en garde.
Não vês?
São os fluidos loucos
da paixão que,
fugaz por sua natureza,
há de te legar
a almejada paz,
esta, sim,
tua futura companheira
por toda eternidade.
Touché, mon amour !

sábado, 16 de outubro de 2010

Um Buquê para Sarita (no dia de seu aniversário)

Menina encantada
que saiu de mim
pra meus braços
numa tarde primaveral.

Caracóis ao vento,
lá vai Sarita,
passos-de-ninguém-me pega,
abraçando os livros
e nos olhos um sorriso
que adolescia
tudo por onde passava.

Mãe, cientista social, ensaísta,
modelo perfeito da mulher
na modernidade
e bela, bela como só ela!

Sarita, Busy, Tinha,
meu Poema ideal,
Meu Amor.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

ANIVERSÁRIO DO AMOR

Mon Gentilhomme,

enquanto os imbecis
se masturbavam
com as nossas diferenças
nós brincamos cirandas
cavalgamos nuvens
seduzimos estrelas
nos espaços infinitos
de nossa cama
e rimos rimos rimos
nas mil e uma noites de prazer
destes três anos do nosso Amor.
Parabéns pra nós!
Sua " My Fair Lady "

terça-feira, 10 de agosto de 2010

MENSAGEM

A poeta é uma casa
Sempre aberta
Aos amados

domingo, 11 de julho de 2010

NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS

Joga as armas no chão, cowboy,
senão não vai haver negociação.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

INSTANTÂNEO

Quando te vejo
Fico tão distraída
Muito atenta
Resgato sempre
No ângulo exato
do teu sorriso
A face íntima
de minha juventude

terça-feira, 15 de junho de 2010

MON BIEN AIMÉ

Aos poucos,
com flores e espinhos,
risos e carrancas,
beijos todos
e conversas tantas e tontas,
com muito esmero,
seguimos unidos
escrevendo,
autores que somos
de nossa própria
História de Amor.



domingo, 25 de abril de 2010

UM POUCO DE PROSA

A Prosa, ciumenta da Poesia, cobrou-me um espaço neste Blog.
Daí o miniconto que se segue e que fará parte de meu próximo livro, Contos Eróticos Fantásticos.
Divirtam-se!
Beijos
Lúcia Nobre

O Apêndice Nasal

A ordem do médico foi peremptória.
- Abstinência alcoólica durante o uso do antibiótico .
- Mas só bebo champanhe, é leve - timidamente argumentei.
Um esboço de sorriso na sua fisionomia severa.
- Sete dias sem álcool ! - diz , estendendo-me a receita.
Passei a mão no meu inchado apêndice nasal. Um furúnculo crescia em seu interior.
Veio-me à memória as agruras de Cyrano de Bergerac.
Decidi-me obedecer a prescrição médica.
Mas para tal, precisei isolar-me por completo.
- Como conviver com meus pares poetas, num meio tradicionalmente etílico, e resistir aos eflúvios do vinho ?
A abstinência exilou-me, também, do convívio amoroso.
- De que forma manter tórrido um romance, a seco ?
O mesmo repetiu-se com os encontros com as amigas.
- Que graça teriam seus papos, sem o complemento das estrelinhas viscerais , pós algumas taças de vinho?
Por consequência, não respondi a telefonemas, e-mails e mensagens de celular.
E, uma vez que me livrara das calorias do álcool, resolvi abolí-las também da comida. Passei a me alimentar unicamente de folhas.
Hoje é o sexto dia.
Pálida, fraca, negras olheiras, deprimida, com delírios de falos gigantes, mergulhados em imensas flûtes, não o sei se chegarei ao sétimo dia.
E, como no epsódio da criação, ter o merecido relax.
O meu entre falos, bolhas de champanhe e um cordeiro, levado ao forno em molhos afrodisíacos, acompanhado de suculenta polenta ao gorgonzola.

terça-feira, 13 de abril de 2010

SCRAP

My hard lovely Lord
eu sobreviverei à seca dos mails
Blade Runner à parte
Sou uma replicante de Lúcia Nobre
Love ontem hoje amanhã
Infinita enquanto Poeta

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A Estrela do Amor

Os musos passam
mas o vero amor
luta e fica
E os poemas reluzem

Eduardo M.V.disse by e mail: Mon Amour,
achei lindinho o poema e lindo vc correr
pra colocar um semelhante mas mudando a
essência, logo depois de eu ter reclamado tanto.
bjossssssssssssss

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pour Toi Seule -Boas Vindas , amada Vilma T

Molemente romântica
Insensata exata
como convém
Uma garrafa de bom vinho
e dois Irish Coffes
às tres da matina
mais uma vez
não tentei os dardos
em Windsor Castle
nem no Lord Jim
mas deu Vilma T em flor
Farenheit nos anais
da anti-psicanálise
E aquela briga choca
sem couvert
me deixa solta
Nora Nora
na casa de bonecas
da Rainha Mary
Vertigo so cobertas
Vê pour toi me acaricio
Me sussurro deícias
Me faço gozos
Me gemo orgasmos
Pour toi
Seule

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Parindo


Acordei em dores
Me abri no parto
O Poema
Rasgando-me
Pra nascer

domingo, 10 de maio de 2009

ELUSKA

à Elizabeth Nobre de Souza
minha amada mãe
in memoriam

A mãe no CTI ela nos bares ligando orelhões correndo visitas gritando pra mãe na máquina pra voltar a mãe cada dia mais gelada ela nos bares velando quando acabou fez tudo muito discreto sem cerimônia cortejo logo voltou pro bar atrás das lágrimas viu os amigos chegarem depois partirem só ficou aquele a levou pra cama tocou-a manso num suave despertar deu vinho o que mais amava logo o desejo em dor não a fez vir à tona foi lá no profundo da cacimba escura no quintal a mãe chamando ela livre solta com Petronila a louca no meio do capinzal o desejo se embrenhando na mata densa o sapo seria de celulóide verde água na esteira com outros companheiros o desejo voa quintal medo dos cocos na cabeça banho frio chupando água dos cabelos escondido gostoso sentada no vaso encantada nas árvores refletidas nas poças d'água do banheiro e longe muito mais longe que Deus que o inferno da infância o imenso nó na garganta engulho os seios da mãe a pele tenra seu cheiro doce o desejo soluços grunhidos perda e salvação.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Feridas e Cicatrizes

Esta noite
insone
quero apenas
lamber minhas feridas
enquanto sonho
com a benção distante
das cicatrizes

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

MEU AMOR ME TROUXE ROSAS

Meu Amor me trouxe rosas
Rosas vermelhas
E no vermelho das rosas
Eu senti sua paixão

Meu Amor me trouxe rosas
Ardentes rosas vermelhas
Que enfeitaram meus cabelos
Que roçaram nos meus seios
Se espraiaram no meu púbis
Brincaram na minha cona
Liquefizeram-me perfumes
Afagaram meus ais

Meu Amor me trouxe
De todas as rosas do mundo
As mais rubras e sensuais

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O DIAMANTE AZUL

a Eduardo Moniz Vianna

Pelos quatro meses
de nosso encontro encantado,
quero te dar este anel.
Nele incrustei o Diamante Azul
que, por ser uma das pedras
mais preciosas e raras do mundo,
vai simbolizar a tua Liberdade.
Guiado por este azul vívido,
que será quase inatingível
mas que a cada ventura
ficará mais belo e luminoso,
tua vida há de ser tão plena
quanto ao homem foi
destinado gozar.
Refletidas na fantasia azul
do teu Diamante,
estarão as faces de todos
os seres por ti queridos
que irão fazendo parte
de tua história.
Conserva sempre contigo
este Anel e,
no mais profundo
azul do teu Diamante,
hás de encontrar, também,
o Poema desta tua Amada.

sábado, 6 de dezembro de 2008

RETRATINHO

de karin aos 4 anos
wellcome my baby

De quem a Karin roubou o ouro
O ouro de seus cachinhos?
Dizem que ela tirou do sol
O seu mais lindo e claro raiozinho

De quem a Karin roubou o rubro
O rubro todo de seu rostinho ?
Contam que ela foi ao pomar
E dele trouxe dois lindos frutinhos

De quem a Karin roubou o verde
O verde todo de seus olhinhos ?
Falam que ela nadou no mar
E de lá voltou com dois pedacinhos

De quem a Karin roubou o riso
Seu riso que ilumina tudinho ?
Juram que a fada sua madrinha
Nela faz cócegas com sua varinha

De quem a Karin roubou o branco
O branco todo de seu corpinho ?
Ninguém a viu brincar nas nuvens
E delas sair com mil floquinhos

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O BANQUETE

Minha mesa composta
com as mais finas iguarias
está completa
A luz que emana dos cabelos
de minha mãe ao piano
num noturno de Chopin
O filho lendo um texto poético
que compôs para mim
As flores dos olhos amigos
de minha filha num buquê
A caçula menina de voz
negra toda em blues
Minha irmãzinha budista
em lótus meditando
A energia caótica de meus netos
que a tudo ilumina de infância
Nosso gato à janela pêlos tigrados
ardentes do sol da manhã
O amor brindando-me
flutuantes espumas de champanhe

E eu louca de medo
fujo da mesa
antes do banquete acabar

terça-feira, 30 de setembro de 2008

COTIDIANO

Todas as manhãs quando desperto
Miro-me no espelho
E vejo no fundo dos meus olhos
A minha morte
Eu então a saúdo
E teço canções em seu louvor
Depois parto pro dia
Boca túmida
Sexo brasa
Peito flor

sábado, 23 de agosto de 2008

MAS A MINHA MAIOR PAIXÃO FOI O TÉDIO

Viro preciosa vadia vagando pelos dias da paixão leva meu tempo inteiro em tramas de sedução renegando obsessões cotidianas queridas o mato crescendo corredores do apartamento meia-mãe-bruxa muito à Bovary aqui deste trapézio de onde salto mortal para os suplícios da dúvida e euforias allumeuses caindo de cio.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O BOM TREPADOR

Da Arte da Trepada ou do Bem-fazer na Cama
( alguns dos 69 haicais que constam do livro)

Bom trepador
não é naïf
pau em riste

Bom trepador
pau alado
namorado

Bom trepador
mil bocas e mão
Sherazade do tesão

Bom trepador
vinho tinto champanhe ou licor
o néctar do amor

Bom trepador
na Kama
Sutra

Bom trepador
dedos de fada
língua safada

Bom trepador
sem posse nem grilhão
só curtição

Bom trepador
Yin ou yang
puro sangue

Bom trepador
segreda coisas obscenas
como poemas

Bom trepador
no circo vira fera
come o domador

Bom trepador
bruxo na inquisição
levou um papa à perdição

Bom trepador
nem bom nem trepa
é poeta







domingo, 20 de abril de 2008

BASTILHA MON AMOUR

O BASTILHA é um bar,
Um bistrô, um café?
Quiçá um olhar
À (Rive) Gauche de ser,
Approche entre o
Diz-huitième e este fin du siècle
O Bastilha é a folie de Lukas
As luzes de Lutchia?
Quem sabe o Café de Flore
Com toda aquela magia
Ou mais o Bastilha pós-modernista
Com os baratos de pintores
Poetas, estilistas
Atores, cineastas, jornalistas
Ou o Dionisíaco pouso
De Orlandos futuristas?

terça-feira, 15 de abril de 2008

TE VI

(D’après Fito Paes – Un Vestido y un Amor
Fina Estampa – Caetano Veloso)


Te vi com olho
Futurista e déjà vu
Te vi olhavas
Pra dentro de mim
Tecias um vestido
De núpcias entre lilases
Eu era o noivo
E tu um monge
Dançávamos flamencas
Bodas de sangue
Longa noite louca
O sol nascia em tua boca
Te vi me vi
Beijávamos manhã
Dois colibris
Te vi bebias rubro
Vinho em Paris
Era 14 de julho te vi
Te vi te vi até cair
Por isso hoje compreendi
Foi apenas um olhar
Espanto calma e sino
Brevemente te vi

sábado, 12 de abril de 2008

BEIJOS

(em comemoração ao dia do beijo)

Me dá um beijo?

Me dá dois beijos?

Me dá dez beijos?

Me dá mil beijos?

Me dá todos os beijos

Que você tem?

sexta-feira, 4 de abril de 2008

PAPAI NOEL É


( da série Papai Noel Erótico )

Chegou madrugada
Pipocou pela chaminé
Repousou rainbow fardo
Descalçou luvas pink
Botas salto doze
Despiu sobretudo de oncinha
Legs de stretch dourado
Sunga fio dental
Retirou óculos gatinha
Pegou duas flûtes do bar
Um champanhe gelado
E só se ouvia jingle bells
No quarto do hóspede inglês

A MERGULHADORA

Mergulho
te
Debato
me
nas tuas prof
und
ez
as

Submerjo
Correntes me atam
pedras nos pés

Renasço Orlando
Alto dourado
Louros cabelos
roçam ombros
Flores tatuam bíceps

Te penetro
Com sexo intumescido
Cedes à pressão do meu corpo
Jogo movimentos ritmados
da superfície
ao fundo
de tuas quentes
águas viscosas

Agora somos Orlandos
Futuristas
Homemulher

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

CARNIVAL

Pois é e você nem me brincou
Enchi tua bola de confete e serpentina
Fui tua louca colombina
Não dando dei de pierrô
Arlequim chorei por teu amor
Mulher fera nem era
Sendo logo me enrusti
Tentei te embriagar
Fiquei bêbada de ti
E dançei dançei dançei
Sem dó de mim
Teu palhaço indecente
Comi bailarina drag travesti
Pra matar minha fome de ti
Desfilei meus peitos gostosos
Minha barriga ardente
Não estavas nem aí
Triste me fiz contente
Sambando no teu jardim
Te rastreei pelos bares
Fui pirata dos teus mares
Beijei tua boca macia
Nela fiz minha folia
Peguei teu pau na passarela
Quis mudar de teu samba o enredo
Quem dera
Na quarta dormi na cena
Caí de frevo
Que pena

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

sábado, 8 de setembro de 2007

PARAFRASEANDO BANDEIRA

Eu faço poemas
como quem fode

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

DOSE DUPLA

Não sou negra
judia
homossexual
puta
favelada
índia
louca

Não alcoólatra
nem drogada

Não sou
não sou
não sou
não sou

Não!

Pero soy mujer
e coroa

TEUS PERFUMES

HÁLITO

Tabaco e vinho
À beira do abismo
Calor de ninho

CABELOS

Bosques pelos
Me sabem húmus
Cheiros primeiros

AXILAS

Odor negro
Suor e paina
Quando as beijo

UMBIGO

Línguas pesquisas
Suas profundezas
Faro me atiça

VIRILHAS

Loucas lambidas
Fremem narinas
Inspiram vida

PELOS PUBIANOS

Incrustando pentelhos
Porra e buceta
Íntimos escaravelhos

PÊNIS

Tátil viscoso
Melange de odores
Me antecipa gozo

SÊMEN

Essência de Eros
Flor de Tanatos
Cheiror de melros

TEU PERFUME

Fedor de tristeza
Delira o olfato
Me cia natureza

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

PERSONA

a Ingmar Bergman - in memoriam

A boca de Liv Ullmann
Polpaboca de Liv
Imensa Inchada Inchando
Até seu clímax
Liv(re) boca me seduzindo
pra noite da pequena sala
seqüência divina do pau
que me penetrou no fim da tarde
no fim de mim
Diva boca de olhos
pervertida criança
Linda túmida berrante
suculenta como o
pau em flash-back
que lambo chupo cavalgo
lambuzo com a gosma
quente que jorro
E retorno para
o close gozo da boca
que um pequeno sulco
me divide
Ullmann

NO SOFÁ

Em L chama
Cúmplice cama
Duros tentáculos
Boca carnívora
Pele sobre pele
Tesão por tesão
Danço-te
Vertigem sentir
Taça de vinho
Minhas sedes
Jogo de botões
Aflito aflita
Assim semidespida
Tua mão guia
Rígida braguilha
Minha língua gata
Ariscos pelos
Fazemos do sofá
A nossa lama

domingo, 26 de agosto de 2007

DEMOISELLES DE PARIS




Paris festa
Revoadas Rue
de Rivoli,
Tardes Louvre,
Calvados nas
Tuilleries,
Trotes leves Pigalle,
Rouges bouteilles
bistrôs Les Halles,
Ostras poemas
luz de velas
Île S. Louis,
Ruy Blas Comédie,
Portraits au crayon
alegres noites
Place de Tertre,
Madrugada
descem
Montmartre e,
loucas de vinho,
se amam sob
as cobertas,
Sonhando
francezinhos
que vão fisgar
no Caveau
de La Huchette

FLORAL

Das flores
A que mais amo
É a rosa vermelha
Quando a plantas
No meu sexo
E vais sorvendo
Pétala por pétala
Até chegar à derradeira

Rubber por e-mail- Oi, Lucia, fiquei muito honrado e emocionado quando li tua poesia.Voce disse tudo o que eu nunca teria dito mas sentia. Beijos, Rubber Seabra


Foto de Rubber

SEDUÇÃO PELO BLUES

Oh! Darling
Está rolando no ar
um blues
Somente agora eternamente
estes cristais
que se estilhaçam
sem economia de sons
sensações e agonia
é o nosso blues
o nosso ponto secreto
de harmonia
Escuta, darling,
te entrega a este blues
ao blues da perdição.

ELE E ELE


Dois meninos
Rapazes
Felinos

Enlaços
Cavalgos
Relaxos

Beijos
Sussurros
Gemidos

Belo
Macho
Amor

QUO VADIS

Resistir quem há de
Desistir quo vadis
Já que a arena é romana
Só nos resta
Fazer amor
Nas nossas catacumbas

O AMOR

Olho você e o vejo + todos os homens e mulheres que amei.
Através deste olhar pra você,
posso ver as crianças por mim amadas, os bichos
e as coisas que tive ou sonhei ter
E mais, os poemas que fiz e os que ainda vou fazer
Tudo neste olhar em você.
Porque você é minha idéia de amor colocada
Quando olhar pra você e esta idéia já tiver fluído,
parto para realcançá-la
Para tornar a encontrar os homens que amei,
as mulheres,crianças, bichos, coisas, todos os poemas
e,também, você.

BOXERS

Noite da decisão
Tua paixão
Versus
Minha paixão
Jabs
Clinches
Knock outs
Bloody Mary on the bed

SUMMERTIME


Digo pro sol
Me possui
Sou tomada
Por calor
De brasas

Danço vulcões
Sorriso lavas
Tempoverão

Mexcita
Milumina
Meuforiza
Mencrespa pele
Menrijece mamilos
Meumedece

Verão chegando
Amor partido
Solto negro
Lamento
Ciciando cios
Cio

ERÓTICA I

Foi se chegando desfazendo trilhas me beliscando os peitos me lambendo o dorso me chamando sua menina seu menino seu amor me jurando não me deixa sua putinha seu poema sua flor me faz tudo que lhe quero me bate na cara tanta força meu tesão me amordaça me sussurra nojenta cadela meu coração diz que é meu namorado pai minha amante meu irmão me banha de vinho me sorve taça entoa berceuses me chama filhota me faz versos me come a bunda me quer com meninas veste minhas calcinhas rouba meus batons tatua meus seios com as unhas me planta morangos na buceta me chupa strawberries and wine me canta Carmina Burana me aperta quase me quebrar me dá o rabo e diz me fode me chama mãe sua criança me lambuza de champagne caviar nem me toca me liquefaz me passeia com sua língua crespa diz gosto do seu gosto do seu leite do seu soro se unta de sangue quando menstruo prova o calor do meu mijo bebe minhas lágrimas sorve meu suor tem os bicos do peito macios de menina os pelos doces e seu sexo um grande cogumelo de delírios luas cruéis e noites ensolaradas

CAPTUS ET LIBIDINE


Acqua
Benedicta unctione
Cabelos
Olhos
Narinas
Boca
Dorso
Colo
Mamilos
Ventre
Pubis
Clitoris
Vagina
Abençoa-me
Orgasmos
In extremis

IN MEMORIAN

Você pecou contra a castidade
do meu tesão
Aprontou eu brochei
Agora me manda seu pau duro
Virtual por e-mail
Mas não dá mais
Simplesmente
Sem nada arquitetar
Deixei de ficar molhada
Ao te pensar
Estou preguiçosa
pra todas aquelas
coisas urdidas assim
chupar uma fruta boca a boca
até ser mordida
Preguiça muita preguiça
Ah preguiça

MARINHA

Navio
Navias
Velas vento
Enquanto
A tempestade
Arde-me



ExpoNude 2007 - Rubber
Poeta convidada - Lúcia Nobre
Fotos - Ricardo Galvão